As Concepções sobre a Língua Subjacentes à Prática Docente

Permeadas pela Psicogênese da Língua Escrita, segundo as opiniões das autoras Emilia e Ana, a prática escolar precisa ser repensada no ensino brasileiro.

Não é apenas o ensinar que recebe destaque, mas o importante é ressaltar as formas de aprendizado das crianças.

Conforme os números de alunos ingressantes nas escolas, como todo o processo de alfabetização era feito exclusivamente na escola, relação professor aluno pela qual o professor era autoridade máxima e o aluno apenas deveria ouvir e obedecer, fazer as atividades do quadro.

O fracasso escolar está relacionado com a questão dessa pedagogia autoritária, pela qual o aluno não tem voz ativa!

Na época, não se tinha muitos recursos para reinventar a parte educativa em sala de aula, o ensino era feito sempre de maneira tradicional. Sendo assim, os alunos, os professores e a escola eram vistos como culpados.

As concepções da Língua, seria a representação alfabética da linguagem. Essas concepções, dizem respeito à quem ensina e quem aprende.

A escrita também é vista como um código, pelo qual as pessoas possam fazer transcrições de todo o processo de ensino-aprendizagem.

A escrita é um processo de transcrição das unidades sonoras. Assim, foi construído o Sistema de Representação!

Percebe-se neste aspecto, que todos os níveis de linguagem citados anteriormente, mesmo divididos por fases, cada um diz respeito à forma como a criança representa o que aprende, e isso, gera um processo de evolução no aprendizado da criança em si.

As produções espontâneas das crianças devem ser valorizadas, para que haja um aprendizado bem adequado.

O que pode ocorrer, é por exemplo, o fato da criança saber o seu nome sonoro, mas não conseguir ainda escrevê- lo.

A escrita infantil inicia-se pelas garatujas. O processo de aprendizagem da escrita vai evoluindo aos poucos. É comum que linhas onduladas ou em zigue-zague, sejam as primeiras escritas presentes na vida dessas crianças.

Além dessas linhas onduladas ou quebradas, a escrita pode ser caracterizada por uma série de risquinhos ou bolinhas!

A escrita é uma construção. Com base nisso, a criança evolui intelectualmente, ao ponto de fazer um grande esforço para representar os objetos em formato de desenho.

Veja ainda: Revendo a Psicogênese da Língua Escrita.

Após a fase das garatujas, inicia-se o reconhecimento de cada letra, assim como de cada sílaba e palavra. A prática pedagógica não é neutra, ou seja, é apoiada nos métodos de ensino (analíticos, sintéticos, fonéticos e globais).

Quando chega a escola, a criança já carrega consigo uma alfabetização familiar, gerada pelas pessoas que convive. Isto significa dizer que o aprendizado é uma prática social.

A criança necessita buscar informações com adultos, além de seu professor, para uma melhor adequação do aprendizado entrelaçado com a sua realidade.

A criança é um ser pensante, que interpreta o mundo ao seu redor, e assim, constrói a sua realidade!

A escrita é algo cultural também, pois a criança elabora as suas próprias ideias conforme vai aprendendo com o outro. Desde o nascimento, a criança aprende do seu jeito e no seu tempo.

A leitura faz parte da vida da criança muito antes de ela ingressar no ambiente escolar. Isto se dá pelas paisagens urbanas. Um simples jornal ou revista já conecta desde cedo a criança para o mundo da leitura.