Ministério da Educação Analisa Criação de Universidade Indígena

Grupo de Trabalho Avaliará Viabilidade Técnica e Orçamentária da Proposta

O Ministério da Educação (MEC) deu um passo importante ao criar um grupo de trabalho dedicado a estudar a viabilidade da criação da tão discutida “Universidade Indígena”. A iniciativa foi formalizada por meio de uma portaria publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (17).

Histórico de Debates: Proposta Anterior de 2014

Esta não é a primeira vez que o governo federal direciona esforços para debater essa questão. Em 2014, durante o governo de Dilma Rousseff, o MEC instituiu um grupo de trabalho para analisar uma proposta similar.

Demandas da Comunidade Indígena

Em dezembro de 2023, líderes e representantes dos povos indígenas apresentaram suas demandas em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, onde clamaram pela criação de uma universidade voltada exclusivamente para suas comunidades.

Durante o evento, os líderes ressaltaram a importância de uma instituição com políticas educacionais adaptadas às necessidades e realidades dos povos indígenas.

Experiências Internacionais e Referências

Outros países como Bolívia e México já possuem suas próprias universidades indígenas. No México, por exemplo, essa universidade oferece uma ampla gama de cursos, desde Direito até Biotecnologia e Sistemas Computacionais, incluindo programas de mestrado e doutorado.

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Objetivos e Prazos do Grupo de Trabalho

O grupo de trabalho instituído pelo MEC terá a missão de conduzir estudos que embasem a criação da universidade, com um prazo estabelecido de até 180 dias para a apresentação de um relatório completo.

Além disso, as responsabilidades do grupo incluem:

  • Avaliar o impacto financeiro da criação da universidade;
  • Produzir um relatório técnico indicando a viabilidade da instituição;
  • Identificar possíveis riscos na implementação da universidade.

Composição e Participação Externa

O grupo de trabalho será composto por seis membros, incluindo representantes da Secretaria de Educação Superior e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

A portaria também permite que o grupo convide representantes de entidades indígenas e indigenistas para participar das reuniões, garantindo assim uma ampla representatividade nas discussões.