Como usar a Copa do Mundo nas aulas de Matemática

Como usar a Copa do Mundo nas aulas de Matemática – Projeto interdisciplinar de escola estadual de São Paulo dá exemplo de atividade pedagógica relacionada à Copa

Como usar a Copa do Mundo nas aulas de Matemática

A Copa do Mundo está chegando e esta é uma oportunidade pedagógica. Quem afirma é a professora Luciana de Souza, que dá aulas para o 5º ano da E.E. Keizo Ishihara, na zona oeste de São Paulo. Ela aproveitou o tema do grande evento esportivo para desenvolver um projeto de Matemática envolvendo operações matemáticas com figurinhas e cálculo de área com bandeiras dos países participantes. A atividade rendeu engajamento da turma.

Luciana conta que a ideia surgiu porque os alunos estavam muito eufóricos com as figurinhas do álbum da Copa. Assim, a professora viu a possibilidade de aproveitar o entusiasmo para relacionar com o conteúdo de aula. “Fiz uma pesquisa e enxerguei que dava para trabalhar com todas as disciplinas”, afirma. Além de Matemática, o projeto também envolvia estudar o significado das bandeiras, a localização geográfica dos países e a leitura de textos relacionados ao tema nas disciplinas de Geografia e Língua Portuguesa. O projeto foi elaborado e compartilhado com os colegas, que abraçaram as ideias e também passaram a desenvolver atividades temáticas relacionadas ao conteúdo em suas aulas.

Na sala da professora de Matemática, o desenvolvimento do projeto começou com uma discussão sobre a Rússia, que sediará os jogos deste ano. Luciana então começou a explorar as operações matemáticas possíveis com o álbum de figurinha. Subtrações, somas, multiplicações e divisões surgem a partir de situações problemas com as 682 figurinhas necessárias para completar um álbum. “Se eu já tivesse colado 35 figurinhas, quantas faltariam para completar?”, exemplifica. Esse tipo de atividade é possível de ser adaptada tanto para os alunos mais velhos, que podem executar cálculos mais complexos, quanto para os primeiros anos, que podem calcular o número de figurinhas para completar um time, por exemplo.

Como usar a Copa do Mundo nas aulas de Matemática
Como usar a Copa do Mundo nas aulas de Matemática

A geometria, grandezas e medidas e análise de gráfico também entraram em campo nas aulas de Luciana. A professora apresentou as bandeiras dos 32 países que participarão da Copa do Mundo de 2018 e foi explorando com os alunos as formas geométricas que elas possuem. “Isso foi um gancho para eles verem a matéria dos polígonos, observando os ângulos, linhas retas e pontos de interseção”, conta. As bandeiras também permitem o trabalho de cálculo de área dessas formas geométricas.

Já as medidas e as grandezas foram exploradas através da expansão territorial desses países mostrados nos mapas. “O que significa um país ter 170 mil quilômetros? O que é 1 quilômetro? Eles conseguem comparar e entender essas medidas”. Outros dados que despertam a curiosidade das crianças, como quem são os melhores artilheiros, viraram gráficos confeccionados pelos próprios alunos e expostos para toda a escola. “Ao pesquisar informações e ao montar o gráfico, os alunos aprendem como extrair informações básicas dos números e quais deles podem ser relacionados para fazerem sentido”, diz a professora.

Embora Luciana tenha desenvolvido o projeto com a turma do 5º ano, ela ressalta que o projeto pode ser replicado para outras séries, adaptando a complexidade dos cálculos, por exemplo. Para a professora, não foi só o engajamento com o conteúdo que melhorou ao trazer a Copa 2018 para a sala de aula. “Ainda existe o estereótipo que futebol é só para os meninos, mas as meninas da turma estão muito empolgadas também com as atividades”, relata. O resultado é a aproximação entre a turma e o aprendizado de que futebol não é coisa só de menino. “Nesse contexto, conseguimos até trabalhar melhor a socialização entre as crianças”, explica.

Luciana garante: as possibilidades de conteúdo são muitas dentro de todas as disciplinas, já que o conhecimento geral a partir do tema é múltiplo. “As crianças viram o mapa mundi, conheceram os países que fazem parte dos grupos da seleção, produziram suas bandeiras e os pais contam que a empolgação vai para dentro de casa também”, ressalta Luciana, orgulhosa do projeto que criou e todos na escola foram incluídos.

Fonte: Nova Escola – Por: Paula Calçade


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