O Papel do Supervisor Escolar

O Papel do Supervisor Escolar – A educação é um processo de transformação do ser humano no qual faz com que ele desenvolva suas potencialidades de acordo com o ambiente em que vive, para que isto ocorra o ser humano precisa de referências sendo como principais as referências familiares, sociais e culturais.

O ser humano adquire diferentes maneiras e hábitos como o modo de ser, agir, pensar e sentir com essas diferenças ocorre mudanças que se dão através do processo de globalização; que é uma nova concepção de sociedade na qual estamos completamente envolvidos sendo que esse envolvimento se dá desde o nascimento e passa por diversas experiências cotidianas no meio familiar, social e escolar, até mesmo quando morremos, pois estamos em constante transformação.

Ao longo da vida passamos a conviver com diferentes fontes de saberes tanto dentro como fora das experiências escolares e em cada experiência dessas aprendemos as diferentes maneiras e atitudes.

Com a globalização podemos perceber grandes desafios para a escola, pois esta vem ocupando um espaço significativo na rotina diária de crianças e jovens, pois além da arte de ensinar ela passa a transmitir valores que são fundamentais para a vida em sociedade.

Hoje em dia a escola constitui um espaço de aprendizagem completa, ou seja, um tipo de aprendizagem onde se estudam desde os conteúdos curriculares até a formação de cidadãos. Atualmente a escola deixa de ser um ambiente sombrio e opressivo como era no passado passando a ser um estabelecimento de diálogo e liberdade com desenvolvimento harmônico e prazeroso em seu ambiente, pois os profissionais da educação tratam à cultura e valores morais e éticos.

Para que isto possa ocorrer é preciso que o trabalho do profissional da educação se constitua num compromisso político, pedagógico e coletivo para poder cumprir melhor a tarefa de formar cidadãos, dentro desta expressão percebe-se que há uma hierarquia dentro do contexto escolar. Ocorre-se o trabalho do educador e para que esse trabalho possa ter sentido precisa se do trabalho dos demais membros do ambiente escolar. Nas quais entra o aluno, o professor, o supervisor, diretor e demais membros da escola.

O supervisor escolar, objeto de pesquisa do presente estudo, cuja função é orientar o grupo de professores, desafiar, instigar, questionar, motivar, despertando neles o desejo, o prazer, o envolvimento com o trabalho desenvolvido e dividindo as alegrias dos resultados obtidos.

A ação do supervisor escolar é atribuída a funções complexas, de apoio e parceria com o professor o tipo de relação que ele estabelece com o grupo de professores, ao qual lidera, passa a ser a essência do desenvolvimento de seu trabalho. O Supervisor Escolar, portanto, é o profissional organizador ou orientador do trabalho pedagógico desenvolvido pelos professores em uma escola.

Dentro desse trabalho no decorrer desse trabalho será aprofundada a atuação do supervisor pedagógico frente às avaliações externas que vem ocorrendo ultimamente no Brasil. 

O objetivo deste trabalho é conhecer as principais questões da supervisão escolar dentro do mecanismo de avaliação escolar externa no qual se encontra dentro da pratica pedagógica, política, cultural ressaltando a eficiência entre a comunicação entre o supervisor escolar e o professor.

A avaliação escolar externa é um tipo de investigação propícia ao supervisor escolar quanto à revisão de seus procedimentos cabe ao supervisor escolar reorientar o professor a seguir caminho da aprendizagem que propiciem um melhor resultado externo. Este resultado passa a se tornar como sinal para uma reflexão e autocrítica para o professor perceber o que se pode melhorar dentro de sala de aula.

O papel do supervisor escolar
Em relação a todos os profissionais das instituições de ensino o supervisor é quem estabelece o posicionamento de fazer, agir, movimentar e envolver-se interagindo na comunidade dos relacionamentos na escola, em sala de aula nas quais os alunos estão inseridos. 

Para Medina (1997), o trabalho do supervisor, centrado na ação do professor não pode ser confundido como assessoria ou consultoria, por ser um trabalho que requer envolvimento e comprometimento.

Segundo a autora o supervisor escolar tem como objeto de trabalho a produção do professor – o aprender do aluno – e preocupa-se de modo especial com a qualidade dessa produção. Portanto, o objeto de trabalho do supervisor é a aprendizagem do aluno através do professor, onde ambos trabalham como numa equipe um dependendo do outro. Considera-se o papel fundamental do supervisor: ser o grande harmonizador do ambiente da escola.
Para Alves (1994), o supervisor deve ser o profissional encarregado do controle de qualquer ação, o supervisor escolar deve ser o encarregado de promover a interação entre teoria e prática, entre pensamento e ação.

Segundo a autora o supervisor escolar é um profissional que faz o elo entre os diferentes setores da escola que cuidam diretamente com o ensino e a aprendizagem, e com as relações com os pais dos alunos. O supervisor escolar tem como objeto de trabalho não só os professores e alunos, mas sim os pais de alunos também.

Quanto a Rangel (2001), o supervisor escolar faz parte do corpo de professores e tem sua especificidade do seu trabalho, caracterizado pela coordenação das atividades didáticas e curriculares e a promoção e o estímulo de oportunidades coletivas de estudo.

Segundo Pires (1990) o supervisor escolar tem diferentes qualidades. Suas principais qualidades dentro é efetivamente deve ser capaz de promover a interação entre os grupos que atuam na escola, zelar pela qualidade do ensino, colaborar diretamente com os professores, com os alunos e suas famílias, e acima de tudo, se transforma-los em instrumentos capazes de facilitar mudanças.

O papel do supervisor passa, então, a ser redefinido com base em seu objeto de trabalho, e o resultado da relação que ocorre entre o professor que ensina e o aluno que aprende passa a construir o núcleo do trabalho do supervisor na escola. (MEDINA 1997, p 22).

Podemos perceber que o papel do supervisor escolar é fazer uma ligação entre professor, pais e alunos. O supervisor escolar deve ser claro e preciso em seus conceitos para atingir o objetivo de seu trabalho.

Para que o supervisor escolar consiga atingir seus objetivos ele deve traçar o perfil da escola dentro do projeto político pedagógico sempre orientando, ajudando os professores, alunos e pais. Estes sim devem fazem com que o trabalho escolar seja um modelo de busca e aprendizado em seu dia a dia. O supervisor escolar nunca deve esquecer que sempre deve haver uma comunicação dialógica entre ele e os demais membros da comunidade escolar, pois o diálogo é fundamental.

Aprofundando-se bem claramente no Projeto Político Pedagógico de uma Escola (PPP), percebe-se que as funções do supervisor dentro do contexto escolar devem estar voltadas para o planejamento, a organização, e a programação de atividades curriculares capazes de delinear mudanças. A valorização do processo e dos meios eficazes para objetivar as metas da escola e principalmente em termos de aprendizagem e mudanças dos alunos em termos de valores, morais e éticos (MINAS GERAIS, 2000).

Dentro do mesmo dimensionamento, segundo a secretaria estadual de educação de Minas Gerais (SEE/MG), a presença do supervisor escolar na dinâmica que gerencia todas as ações da escola, o processo didático e do conhecimento que se ensina, aprende e (re) constrói, é importantíssimo; uma vez que pode incentivar e promover o ensino e a aprendizagem.

A ação supervisora, desenvolvida nas escolas, deve ser essencialmente a de acompanhar a atualização pedagógica e normativa, com especial atenção, em ambos os casos, aos fundamentos determinados na LDB 9.394/96; propiciar oportunidades de estudo e interlocução aos professores, em atividades coletivas, que reúnam professores que desenvolvem um mesmo conteúdo nas diversas séries e níveis escolares; propiciar oportunidades de estudo e decisões coletivas sobre o material didático. (RANGEL, 2001, p. 40).


Para Rangel (2001) no que se refere à descrição de métodos e técnicas de ensino, a ação supervisora pode incentivar o estudo de princípios metodológicos, enfatizando, nas sessões de estudo, elementos pontuais para a escolha do método, atitudes de estudo (ler, debater, avaliar, reelaborar conceitos e práticas).

Como afirma Lima (2006), dificilmente a supervisão escolar será totalmente aceita por todos os profissionais da escola, principalmente no que se refere às mudanças, pois muitos profissionais são resistentes às mudanças, no entanto existem possibilidades para eliminar e/ou diluir estas barreiras.

Percebe-se que a supervisão pedagógica tem o sentido de promover e preparar para a mudança, algumas medidas que serão sempre necessárias.

Como afirma Pires (1990), o supervisor pedagógico pode amenizar e/ou canalizar os possíveis conflitos para que o processo de mudanças ocorra naturalmente. Para o autor, precisa-se de um tempo necessário ao processamento dessas mudanças e as dificuldades para seu alcance tendem a ser tanto maiores quanto mais complexas forem às modificações pretendidas. As mudanças ligadas aos conhecimentos são as mais fáceis; supõem a apreensão de novas informações ou o enriquecimento de informações anteriores acumuladas.

Os objetivos da escola sejam administrativos, didáticos pedagógicos e até os relacionamentos interpessoais na escola e mesmo entre as famílias dos alunos, serão facilitados à medida que o supervisor pedagógico desempenhe suas tarefas objetivamente; quando ele facilita aos professores a aquisição de informações relativas a conteúdos e metodologias, quando ele permanece como centro irradiador de todas as ações desenvolvidas na escola (RANGEL, 2001).

Frente os resultados encontrados na escola o supervisor apresenta-se como um líder, pois ele coloca resultados, dinamiza encontro e orienta conceitos e práticas na escola. O supervisor reúne conhecimento para buscar soluções para as questões escolares fazendo do espaço escolar intercambio de experiências buscando sempre uma alternativa para um novo caminhar.

O papel do supervisor na avaliação externa 
Nas duas ultimas décadas foi implantado o sistema de avaliação educacional externa no qual vem crescido muito no Brasil o interesse amplo por avaliações externas.
Segundo Castro (2009) se há uma política que avançou no Brasil, nos últimos 15 anos, foi à implantação dos sistemas de avaliação educacional. Neste período, inúmeras iniciativas deram forma a um robusto e eficiente sistema de avaliação em todos os níveis e modalidades de ensino, consolidando uma efetiva política de avaliação educacional.

[…] essa avaliação educacional é considerada hoje uma das mais abrangentes e eficientes do mundo, pois a política de avaliação engloba diferentes programas, tais como o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – Saeb, o Exame Nacional do Ensino Médio – Enem, o Exame Nacional de Cursos – ENC, conhecido como Provão e, posteriormente, substituído pelo Exame Nacional de Desempenho do Ensino Superior – Enade, o Exame Nacional de Certificação de Jovens e Adultos – Enceja, o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior – Sinaes, a Prova Brasil e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb (CASTRO, v. 23, 2009).

A autora relata que o objetivo da avaliação escolar externa e da avaliação educacional no Brasil é hoje, sem dúvida, instrumento fundamental do processo de prestação de contas à sociedade e de enriquecimento do debate público sobre os desafios da educação no país; pois essas avaliações permitem a construção de um diagnóstico no sistema de ensino nos quais esses diagnósticos são focados na aprendizagem e na escola.

Nessa realização de avaliações em grande escala percebe-se que essas avaliações permitem a construção de um diagnóstico no sistema de ensino; revelando resultados em diversos momentos no percurso escolar do educando para conhecer melhor a dinâmica dos processos e resultados dos sistemas educacionais gerando correções e distorções no ensino, podendo observar se a escola esta ensinando aquilo que é necessário ensinar.

Para Castro (2009) apud Ferrer e Arregui (2003), esta convergência em torno das avaliações “estandarizadas” é derivada de visões, perspectivas e interesses distintos quanto ao papel dos sistemas educativos: melhorar as economias nacionais, estabelecendo vínculos mais fortes entre escolarização, emprego, produtividade e mercado; melhorar os resultados de aprendizados relacionados às competências e habilidades exigidas pelo mercado de trabalho; obter um controle mais amplo dos sistemas educativos nacionais sobre os conteúdos curriculares e a avaliação; reduzir os custos dos governos na educação; e ampliar a contribuição da comunidade para a educação por meio de sua participação na tomada de decisões escolares.

Em relação a esses resultados e perspectivas a maioria dos autores que opinam em relação ao tema defendem a necessidade de melhorar a eficiência dos sistemas educativos e de fomentar a responsabilidade social e profissional pelos resultados da educação. Na verdade ainda não aprendemos a usar, de modo eficiente, os resultados das avaliações para melhorar a escola, a sala de aula, a formação de professores, na qual a avaliação perde sentido para os principais protagonistas da educação: alunos e professores. Frente esses resultados surgiu à necessidade e a importância da valorização do supervisor escolar.

Com esses resultados o supervisor formula, implementa e ajusta melhorias para que o professor ministre melhor suas aulas atingindo padrões de qualidade compatíveis com as novas exigências pelo qual acaba sendo um ciclo, um dependendo do outro.

Para castro(2009), o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – Saeb, o Exame Nacional do Ensino Médio – Enem e mais recentemente a Prova Brasil apresentam distintas características e possibilidades de usos de seus resultados para que as informações avaliativas sirvam também para o próprio processo de formulação, implementação e ajuste de políticas educacionais.

Pode-se perceber que o principal desafio é definir estratégias de uso dos resultados para melhorar a sala de aula e a formação dos professores, de modo a atingir padrões de qualidade compatíveis com as novas exigências da sociedade do conhecimento.

Considerações finais 
Atualmente estamos passando por mudanças em nosso que cotidiano que por muitas vezes não sabemos o como conduzir, essas mudanças vem ocorrendo em maneiras tão proporcionais que vem interferindo em todos os ambientes pelo qual circulamos. Em termos de escola, por exemplo, esta vem enfrentando dificuldades de ordem social e econômica, sejam elas públicas ou privadas, o que se reflete diretamente no desenvolvimento do trabalho pedagógico desenvolvido. Cabendo ao Supervisor escolar se responsabilizando por fatores que ele deve interferir e intervir para um melhor resultado nas avaliações escolares com a finalidade de contribuir efetivamente com a qualificação do trabalho docente passando a se encontrar em novos desafios e com o objetivo de formar-se para poder formar, servir para poder liderar, agir para poder transformar.

Referências: 

ALVES, Nilda (coord.) Educação & Super visão. São Paulo. Cortez Editora: Autores Associados, 1994.

CASTRO, M.H.G. Sistemas de avaliação da educação no Brasil: avanços e novos desafios. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação Seade, v. 23, n. 1, p. 5-18, jan./jun. 2009. Disponível em: <http://www.seade.gov.br>; <www.scielo.br>. Acesso em: fevereiro de 2012

FERRER, J.G.; ARREGUI, P. Provas internacionais de aprendizado aplicadas na América Latina e seu impacto na qualidade da educação: critérios para futuras aplicações. Rio de Janeiro, Preal, 2003.

LIMA, Elma Correa. Refletindo políticas públicas e educação. In: Super visão e Or ientação
Educacional: per spectivas de integração na escola. Cortez Editora, 2006.
MEDINA, Antônia da Silva. Supervisão Escolar: da ação exercida à ação repensada.
Porto Alegre : EDIPUCRS, 1995.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Educação. Propostas curriculares para o Ensino
Fundamental e Médio. Belo Horizonte:SEE/MG, 2000.

NUNES, Marília Forgearini. Super visão e Novas tecnologias. Disponível:
http://www.centrorefeducacional.com.br/superfect.htm. Acesso, 05/14/2011.
PIRES, Maria Ribeiro. O Papel do Profissional na Escola. In. Revista do Depar tamento de
Ensino do 2º Grau. SEE/MG, 1990
RANGEL, Mary (org.). Super visão Pedagógica: Princípios e práticas. Campinas, SP:
Papirus, 2001.