Alunos da Unesp ganham prêmio nos EUA com pesquisa para tratamento de diabetes

Alunos da Unesp ganham prêmio nos EUA com pesquisa para tratamento de diabetes – Universitários de Araraquara (SP) receberam medalha de ouro do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) com transformação genética de bactérias para criação de insulina em pó.

A premiação aconteceu em Boston (EUA), em novembro. Os jovens cientistas concorreram com 300 equipes de 44 países.

“Muito orgulho receber esse prêmio internacional, ainda mais buscando tratamento alternativo para uma doença tão importante como a diabetes”, afirmou a aluna Mariana Biondi.

A pesquisa tem o objetivo de modificar geneticamente bactérias presentes em alimentos como queijo, verduras e legumes para que elas controlem a insulina em pessoas que têm diabetes.

Além disso, os alunos querem transformar essas bactérias em um pó que possa ser diluído em água ou suco, mais fácil de ser tomado pelos pacientes do que a atual injeção de insulina.

Testes de pesquisa que quer transformar bactérias em insulina em pó está sendo realizada no laboratório de biotecnologia da Unesp de Araraquara

“Outra forma de ingerir esse medicamento seria por meio de um leite fermentado, por exemplo, que a gente conseguiria eliminar a necessidade de ingestão de insulina que as pessoas precisam realizar hoje em dia. Isso traria mais conforto, principalmente para crianças que precisam fazer essa injeção várias vezes ao longo do dia”, afirmou o aluno Nathan Vinicíus Ribeiro.

O experimento ainda em fase inicial, realizado apenas em laboratório e ainda não foi testando em animais ou humanos.

Louvável

No laboratório de Biotecnologia, os estudantes introduziram, no DNA de bactérias, um DNA sintético da insulina, fazendo com que elas produzam a substância dentro do corpo humano. Dois tipos de bactérias – lactococus e bacilus – tiveram bons resultados.

“Isso é muito importante porque juntando essas habilidades no futuro, a gente pode ter bactéria que vai produzir insulina na quantidade adequada, de acordo com a necessidade do paciente”, explicou o aluno Patrick Squizato.

A Sociedade Brasileira de Diabetes considerou a pesquisa louvável, mas ressalta que ainda está na fase inicial e deve demorar ainda para chegar até os pacientes. Hoje, mais de 14 milhões de brasileiros tem diabetes.

Para a professora de Genética e Bioquímica Unesp, Danielle Pedroli, o prêmio é o sinal de que os alunos estão no caminho certo.

“Esse prêmio já é um grande avanço pra gente, um grande incentivo para os alunos continuarem a pesquisa. E o próximo passo vai ser quantificar o quanto essas bactérias estão produzindo de insulina”, disse.