Para professores, prova da Fuvest não surpreendeu

Primeira fase do vestibular foi tida como conteudista e muito bem elaborada, como nos anos anteriores

Uma prova conteudista, difícil e muito bem elaborada. Foi assim que os professores descreveram a primeira fase do processo seletivo 2016 da Fuvest. O exame foi aplicado neste domingo (29), para mais de 128 mil candidatos, que concorrem a uma das 11.177 vagas disponíveis, sendo 11.057 para a Universidade de São Paulo (USP) e 120 para a Santa Casa.
A descrição da prova foi tida como corriqueira pelos professores, uma vez que o vestibular repetiu o modelo dos anos anteriores. “A prova de hoje foi exigente, mas a Fuvest é assim, não é uma novidade”, disse o diretor pedagógico do Oficina do Estudante, professor Célio Tasinafo.
O professor Paulo Moraes, diretor de ensino do Anglo Vestibulares, compartilha da mesma opinião de Célio: “Resumindo a prova de hoje em uma palavra, posso dizer que ela foi clássica. Como acontece todos os anos, a Fuvest se mostrou um vestibular que seleciona os estudantes mais bem preparados”, explicou.
Apesar disso, esta primeira fase da Fuvest surpreendeu os professores em alguns aspectos. Segundo Célio Tasinafo, o destaque de hoje ficou para as questões interdisciplinares. “Aproveitaram muitos temas atuais para fazer essas questões, como a prova de inglês, que mesclou interpretação de texto na língua estrangeira com biologia, ao falar sobre a dengue”, observou o professor.
Para o professor Moraes, o que chamou muito atenção na prova foi uma maior apresentação de questões com fotos, gráficos e desenhos, além de textos maiores nas questões de história, inglês e geografia. Tudo isso poderia indicar uma maior aproximação da Fuvest com o Enem, mas o professor explica a diferença: “mesmo com esses elementos que lembram o Enem, as duas provas ainda são muito diferentes na sua metodologia. A Fuvest é uma prova conteudista e o Enem não”.
Matemática e Física apresentaram maior dificuldade
As provas de ciências da natureza foram consideradas as mais difíceis pelos professores, em especial as de matemática e física. “Física foi uma prova muito pragmática, direta, sem nenhum tipo de contextualização nas questões”, afirmou o diretor de ensino do Anglo Vestibulares.
Além das questões de exatas, outra prova que apresentou uma maior dificuldade foi a de geografia. “Este ano geografia foi difícil. Alguns estudantes podem ter sido surpreendidos com isso, afinal muitos pensam que geografia é perfumaria”, complementou Moraes.
Apesar de considerarem no geral uma prova difícil, nenhum professor arrisca em dizer se isso fará com que a nota de corte do vestibular mude. “A prova foi difícil como sempre é, agora não é possível dizer se isso vai influenciar na nota de corte. Ano passado a prova foi muito difícil e a nota não abaixou. Depois de conversar com os estudantes, talvez dê para dizer melhor se algo vai mudar”, explicou o diretor pedagógico do Oficina do Estudante.