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Por que as crianças gostam dos contos de fadas?

Por que as crianças gostam dos contos de fadas

Por que as crianças gostam dos contos de fadas

Por que as crianças gostam dos contos de fadas? É universal o gosto das crianças pelos contos de fadas. Na verdade, esses contos são versões mais ou menos mitigadas de contos populares existentes em todas as culturas e em todos os tempos.

Quando os irmãos Grimm começaram a produzir versões escritas da tradição oral, elas logo se difundiram pelas diversas camadas da sociedade e caíram no gosto das crianças.

Incidentalmente isso acabou levando esses autores a escreverem versões mais mitigadas desses contos, nem tanto nas cenas de violência, mas especialmente naquelas de conteúdo sexual explícito. Nada mais picante do que a versão original do Chapeuzinho Vermelho. O que explica esse interesse das crianças?

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Analistas de diferentes tendências convergem no essencial: como qualquer boa literatura, os contos populares referem-se a dramas do cotidiano. Na boca do povo, os problemas são apresentados com crueza e simplicidade – da mesma forma como opera o raciocínio das crianças, especialmente entre os 3 e 6 anos de idade.

Contos populares e contos de fadas – também conhecidos como contos maravilhosos – são efetivamente maravilhosos no conteúdo, na forma, e, nas boas edições, também na apresentação. Eles são feitos para divertir, encantar, mas também permitem refletir sobre a realidade, o cotidiano.

Como nas fábulas, os personagens são simples – o lavrador, o pobre, o príncipe. Ninguém tem personalidade própria ou sentimentos particulares. Cada um tem papel definido e as expectativas são claras.

O enredo também é simples: há uma situação inicial, em que cada um ocupa o seu lugar.  Sobrevém um desequilíbrio – na forma de um acidente, desastre ou desafio. Um ator ou evento improvável – anões, duendes, gigantes, fadas ou bruxas intervêm – proporciona o desfecho. Este quase sempre faz justiça ou restaura as injustiças.

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Tudo isso é parte integrante do dia a dia da criança. O acaso e a arbitrariedade são eventos comuns na mente de quem sempre ouve “não, não pode, não porque não”. Adultos são tão gigantescos, arbitrários, poderosos – e mesmo grotescos – quanto quaisquer dragões ou tiranos. O certo é certo e o errado é errado, típico do pensamento infantil. E sempre resta a possibilidade de restaurar o equilíbrio, ou de um final feliz.

A violência dos contos de fada não assusta as crianças – pelo menos não mais do que suas fantasias e sua realidade. Compartilhando a leitura, adultos e crianças podem conversar sobre os seus sentimentos e, no caso das boas versões, ainda curtir uma excelente história.

 

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