Bullying, suicídio e omissão na escola

Bullying, suicídio e omissão na escola
Bullying, suicídio e omissão na escola
Um dia desses, conversando sobre situações traumáticas que vivemos na época de escola com algumas amigas, elas me contaram que já sofreram ameaças de colegas, foram expostas nas redes sociais, xingadas e humilhadas publicamente por diversos motivos. Discutimos que, em situações como essas, é bem difícil ter coragem para contar para um adulto o que está acontecendo. Quando elas finalmente conseguiram, me disseram que nem sempre encontraram apoio nos professores e gestores. Alguns chegaram a dizer que a culpa pelo ocorrido era delas ou, ao saber da situação, só tomaram atitudes pontuais, como dispersar a multidão que se juntou no recreio para atacá-las verbalmente. Isso sem falar de momentos em que o praticante do bullying era o próprio professor.
Esse papo começou por causa de uma nova série que está causando interesse em jovens de todo o mundo chamada 13 reasons why (Os 13 porquês, em português), produzida pela Netflix. A série é baseada em um livro homônimo. O tema é pesado: o suicídio de uma adolescente. Durante os episódios, tomamos conhecimento dos motivos que fizeram a estudante secundarista Hannah Baker tirar a própria vida. E não, não foi para chamar a atenção. A jovem sofria bullying, buscou, mas não recebeu ajuda da escola.

A história começa com a escola de luto pela morte da aluna. Ao voltar para casa, Clay, que era não só amigo, mas também apaixonado por ela, encontra em sua porta uma caixa com treze fitas. Elas foram feitas por Hannah para relatar os acontecimentos que a fizeram tomar a decisão de “sumir para sempre”. Descobrimos, então, que ela sofreu com diversas situações que muitas mulheres estão suscetíveis: teve uma foto espalhada pelas redes sociais, foi ofendida por isso e viu praticamente todos os colegas se afastando e a julgando. Além disso, presenciou o estupro de uma amiga e também foi abusada sexualmente.
Muitos estudantes brasileiros estão se identificando com os personagens da série. Não à toa, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação brasileira que fornece trabalha na prevenção ao suicídio e oferece apoio a quem precisa, passou a receber o dobro de contatos desde que a série estreou e lançou a campanha #NaoSejaUmPorque, em referência ao título.
Por: Nairim Bernardo
Fonte: Nova Escola
Leia na integra: Retirado aqui