O planejamento

O planejamento
O planejamento

Dicas para auxiliar no planejamento das atividades

Todo planejamento, para ser viável, deve ter como base o conhecimento a respeito de a quem vamos dirigir nossa ação educativa. Deve também ser precedido de uma reflexão sobre o papel do educador.
O planejamento deve ser entendido como hipótese, um parâmetro flexível em busca de resultados eficazes; portanto, ele deve ser proposto, e não imposto, propiciando a preparação para, na sequência, converter-se na realização de boas práticas em sala de aula.
O primeiro passo para o planejamento bem-sucedido é conhecer as crianças, suas potencialidades e suas limitações, bem como a realidade em que vivem e seus conhecimentos prévios, pois somente quando elas se sentem confiantes e integradas é que têm condições de participar ativa e proveitosamente das atividades propostas pelo educador e pela escola.

Esquema corporal

O esquema corporal consiste no conhecimento que a criança tem do próprio corpo.
Os movimentos do corpo se integram no espaço e no tempo. Portanto, as atividades de esquema corporal devem ser exploradas em conjunto com as de coordenação visomotora e de orientação espacial e temporal.

Objetivos

  • Identificar as partes que compõem o corpo como um todo e observar cada parte isoladamente.
  • Tomar consciência de si, de seus semelhantes e do meio em que vive.
  • Coordenar o domínio do campo visual com a motricidade das partes do corpo.


Cotidiano e rotina

É fundamental que a escola tenha clareza de que rotina é diferente de cotidiano, embora, muitas vezes, sejam trabalhados como iguais ou semelhantes. Conhecer a diferença entre elas nos dá subsídios mais claros para um trabalho mais produtivo.
O cotidiano é aquilo que vivemos no dia a dia, no presente. É o que acontece, a dimensão concreta da vida. Ele inclui o que planejamos, mas também o inesperado.
A rotina é uma estratégia utilizada pelos seres humanos para organizar seu cotidiano.

Fonte: LOPES, Karina Rizek; MENDES, Roseana Pereira; FARIA, Vitória Líbia Barreto de (Org.). Livro de estudo: Módulo III Brasília: MEC. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação a Distância, 2006. 74p. (Coleção Proinfantil).

Sugerimos a seguir um modelo de rotina que poderá ser adaptada ao cotidiano da escola. Cabe ressaltar ainda que a rotina deve estar em consonância com o projeto político-pedagógico da escola, levando em conta a idade do grupo, os espaços disponíveis e a realidade local.
Quadro de rotina
quadro de rotina
Orientações didáticas para o trabalho na Educação Infantil

Entendendo melhor o quadro

  • Esse quadro é composto por atividades permanentes, consideradas assim por serem diárias.
  • Os períodos reservados para as atividades, se somados, não perfazem quatro horas. A intenção é contar com um período de folga para o caso de haver necessidade de alguma atividade extra ou que demande mais tempo de acompanhamento.
1. Chegada / acolhimento
  • Momento importante, pois é quando o aluno é recepcionado pelo profissional da escola, o professor ou outro, que deverá ser capaz de acolhê-lo e mostrar-lhe que está em segurança.
  • Sempre há o aluno que atrasa, eventualmente chora e precisa ser confortado.
  • O aluno poderá ser recepcionado também no pátio.
2. Guardar mochila e entregar a agenda
  • Em sala de aula, este é o momento em que o aluno aprende a organizar seus pertences.
  • Por meio da leitura da agenda, o aluno tem a oportunidade de entender o uso e a finalidade da escrita: registro e comunicação.
3. Momento brinquedo
  • Os alunos deverão ser convidados a agrupar-se para brincar com jogos e brinquedos desafiadores, em espaços da sala de aula organizados e pensados para isso;
4. Roda de conversa
  • As conversas informais são comuns na roda de conversa e contribuem para estabelecer afetividade entre os alunos, oferecendo importantes informações para que você possa conhecê-los melhor e planejar novas situações com base nas necessidades e nos interesses deles. A roda de conversa favorece a livre expressão sem o compromisso sistemático de avançar, esmiuçar e chegar ao conhecimento mais elaborado. A participação das crianças por meio da fala, nessa situação, é maior, e você tem o importante papel de ouvinte atento e de mediador de modo que todas possam falar e ser ouvidas.
  • A roda de conversa é um excelente momento para o trabalho com a oralidade e prolação. Este é o momento de o aluno expressar-se livremente com a sua mediação. É importante que as crianças possam compartilhar experiências relevantes, sonhos, conquistas. Ao desenvolver a oralidade os alunos aprendem a falar e a escutar, que têm funções sociais.
5. Calendário e chamada
Segundo Piaget (1978), “O conhecimento lógico-matemático é uma construção que resulta da ação mental da criança sobre o mundo, construído a partir de relações que a criança elabora na sua atividade de pensar o mundo, e também das ações sobre os objetos”.
  • A organização espaço-temporal na Educação Infantil é trabalhada por meio do calendário. Para isso, os alunos deverão ser estimulados a fazer perguntas e a dar respostas que distingam o dia e a noite; o passado, o presente e o futuro; os dias da semana; os meses do ano etc. Ao apresentar esse recurso aos alunos e explorá-lo com eles, você deve possibilitar a aquisição de saberes que ultrapassem o óbvio, desafiando-os a descobrir conhecimentos relativos à organização espaço-temporal.
  • Ressaltamos que há um trabalho específico, diferenciado e de acordo com a faixa etária a ser feito com o calendário.
  • A lista de nomes do grupo é outro instrumento a ser explorado por meio de perguntas específicas que façam os alunos pensarem a respeito da escrita, como a semelhança e as diferenças entre as palavras.
6. Musicalização / corpo em movimento
  • A Educação Infantil é, por si só, um período repleto de músicas, danças e cantos. O trabalho com a musicalização deve incluir atividades que promovam a apreciação e o conhecimento musical. Por meio da musicalização, podemos potencializar a inclusão de todos os alunos nas atividades e desenvolver a sensibilidade e as percepções auditivas, que contribuem diretamente para o desenvolvimento cognitivo harmônico.
  • O desenvolvimento corporal, com movimentos harmoniosos e sincronizados, é o objetivo neste momento da Educação Infantil.
7. Hora de relaxar
  • Momento de voltar à calma após a agitação do recreio.
  • Sala arejada com música ambiente discreta e relaxante é uma boa estratégia para este momento.
8. Organizando o espaço
  • Momento de organizar o espaço e o grupo para a próxima atividade selecionando os materiais necessários para o desenvolvimento da Roda de aprendizagem. É importante que os alunos participem colaborando na organização do espaço, dos materiais etc.
9. Roda de aprendizagem
  • Geralmente, a Roda de aprendizagem precede o trabalho com o livro didático. A organização circular faz com que todos se vejam e as trocas de informação fiquem mais fáceis. Novos conhecimentos são apresentados e novas aprendizagens são adquiridas pelo grupo, que tem a oportunidade de falar, trocar impressões, ajustar e socializar o repertório, caminhando assim rumo à consolidação do que aprenderam.
10. Livro didático
  • O livro será trabalhado agora como um objeto que, além de fazer a transposição para a forma gráfica do assunto apresentado e explorado anteriormente, dará a oportunidade de o aluno empreender outros caminhos rumo à aprendizagem.
11. Roda de leitura
  • Ler para e com os alunos é fundamental e ensinar as estratégias de leitura, necessário. Explore a diversidade de gêneros textuais oferecendo ao aluno a possibilidade de fazer uma leitura efetiva de mundo.
  • Este é o momento em que o processo de letramento estará sendo privilegiado.
12. Avaliação
  • Avaliar é mapear sucessos e insucessos do grupo, dar voz e voto aos alunos em relação ao que aprenderam, aos acontecimentos cotidianos e, principalmente, à dinâmica do trabalho, ou seja, significa colaborar com a construção da autonomia moral do aluno e da aprendizagem.