As duas palavras mágicas que são mais importantes que ’obrigado’ e ’por favor’

As duas palavras mágicas que são mais importantes que ’obrigado’ e ’por favor’
As duas palavras mágicas
Ontem levei minha filha a uma pista de patinação. Havia muitos jovens patinando, e minha filha ficou hipnotizada, olhando a tudo com atenção e sem querer sair da pista. Eu observava, pensando… ela estava com muita vontade de patinar, mas havia muitos ‘poréns’. A pequena tinha apenas 2 anos e meio, e não existiam patins para seu tamanho, eu estava com pressa por ter muitas coisas a resolver, e a pista ia fechar dentro de 20 minutos. Mas ela queria tanto patinar, e me implorou como se sua vida dependesse daquilo. Então, eu disse:

«Bem, vamos tentar!»
Aluguei o menor par de patins disponível, os enchi com sacolas plásticas, apertei-os bem nos pés dela e fomos para a pista. Porém, os pés da minha filha não obedeciam: se enroscavam e escorregavam. Ou seja, se comportavam da maneira esperada para alguém que patina pela primeira vez. Após 20 minutos, a pista fechou. Minha filha, claro, ficou triste com isso, mas estava principalmente emocionada e feliz por havermos tentado!
Descobrimos o poder destas palavras mágicas quando nossa filha tinha apenas um ano de idade. Quando meu marido as pronunciou, foi como se um mundo inteiro de novas possibilidades se abrisse para nós.
«Pai, vamos tentar misturar todas as tintas com as mãos!»
«Mamãe, quero te ajudar a preparar a sopa». A sopa está quente, a faca é afiada… É claro que é mais fácil eu fazer sozinha, mas ela disse: «Eu adoraria ajudar! Vamos tentar!». Ok. Bastou um pouco de prática para que começasse a me ajudar no preparo da sopa. Suas responsabilidades são cortar as batatas e ralar as cenouras. Sim, ela demora bastante e os pedaços não ficam iguais. Sim, eu preciso ficar vigiando-a o tempo todo para que não acabe com os dedos cortados, porém o que importa é que tentamos e ela conseguiu.
As crianças, entre elas também nossa criança interior, se emocionam quando ouvem as palavras «Vamos tentar!». Até porque, a infância é justamente isto: tentar, provar, experimentar, fazer qualquer coisa sem pensar nas consequências. Mas os adultos também se beneficiam delas, pois tais palavras ajudam a tirar um peso das costas, olhando as crianças nos olhos e sugerindo uma nova aventura que as deixe sem fôlego e as faça rir. Se nada der certo, não tem problema nenhum.
A magia está na colaboração: fazer algo juntos, apoiando-se mutuamente, provamos, experimentamos, estamos dispostos fazer algo que pode não sair como o planejado, não arriscamos nada. Apenas tentamos, e pronto.
«Vamos tentar!» diz respeito à vulnerabilidade. É como se disséssemos: «Não sei se dará certo, não tenho certeza, não posso garantir o resultado», mas é justamente essa sinceridade e o desejo de dar um passo à frente que nos faz sentir um frio no estômago. E também funciona como uma forma de sair de relacionamentos complicados e difíceis. «Estou confuso. Vamos tentar conversar» ou «Estou passando por uma fase turbulenta, vamos tentar de outra maneira».
Por que não? Vamos tentar!