DISSERTAÇÃO

Por: Maria Waldete de Oliveira Cestari

A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:

1- INTRODUÇÃO – deve conter a idéia principal a ser desenvolvida ( geralmente um ou dois parágrafos.) É a abertura do texto, por isso é fundamental.

Deve ser clara e chamar a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida.
2- DESENVOLVIMENTO – exposição de elementos que vão fundamentar a idéia principal que pode vir especificada através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da causa e da conseqüência, das definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da citação.
No desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa exposição da idéia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas acima.
3- CONCLUSÃO – é a retomada da idéia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação. (um parágrafo).
Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no desenvolvimento.
Aula de Dissertação

Observe o texto abaixo:

VIDA OU MORTE
INTRODUÇÃO 
A grande produção de armas nucleares, com seu incrível potencial destrutivo, criou uma situação ímpar na história da humanidade: pela primeira vez, os homens têm nas mãos o poder de extinguir totalmente a sua própria raça da face do planeta.

DESENVOLVIMENTO 
A capacidade de destruição das novas armas é tão grande que, se fossem usadas num conflito mundial, as conseqüências de apenas algumas explosões seriam tão extensas que haveria forte possibilidade de se chegar ao aniquilamento total da espécie humana.

Não haveria como sobreviver a um conflito dessa natureza, pois todas as regiões seriam rapidamente atingidas pelos efeitos mortíferos das explosões.

CONCLUSÃO
Só resta, pois, ao homem um saída: mudar essas situação desistindo da corrida armamentista e desviando para fins pacíficos os imensos recursos econômicos envolvidos nessa empreitada suicida.

Ou os homens aprendem a conviver em paz, em escala mundial, ou simplesmente não haverá mais convivência de espécie alguma, daqui a algum tempo.

(Texto adaptado do artigo “Paz e corrida armamentista” in Douglas Tufano, p. 47)

Na introdução, o autor apresenta o tema (desenvolvimento científico levou o homem a produzir bombas que possibilitam a destruição total da humanidade), no desenvolvimento, ele expõe os argumentos que apóiam a sua afirmação inicial e na conclusão, conclui o seu pensamento inicial , com base nos argumentos.

Na dissertação, podem-se construir frases de sentido geral ou de sentido específico, particular. Às vezes, uma afirmação de sentido geral pode não ser inaceitável, mas se for particularizada torna-se aceitável.
Exemplo: É proibido falar ao telefone celular. (sentido geral) É proibido falar ao telefone celular dirigindo. ( sentido específico)

EXEMPLO DE TEXTO NARRATIVO E DISSERTATIVO

Um presente diferente
(CRÔNICA)

Romildo gostava de sua escola por causa dos amigos. Lá ia todos os dias para encontrá-los e esquecer, nas brincadeiras, um pouco da dura vida que a pobreza lhe impunha. Instrução mesmo a sua escola quase não oferecia. Quando muito, havia professores; e a estrutura física do velho prédio não oferecia um ambiente propício à reflexão, aos estudos.
Três dias antes do aniversário de Romildo, apareceu um novo garoto pela vizinhança. Ele se mudou para uma das casas bonitas da Rua do Ramalhete. Não era um daqueles arrogantes da Zona Sul. Tanto que convidou os meninos da rua, inclusive Romildo e seus amigos para jogar uma pelada na quadra da escola em que estudava.
Os meninos de berço mais humilde tiveram uma surpresa. Aquilo não era uma escola! Para eles, parecia um clube de férias. O porteiro e os outros funcionários acolheram a todos com aconchegante gentileza. A quadra, então, parecia aquelas que Romildo via na TV: limpa, bem cuidada, dava até para ver, no chão, as marcações pintadas em cores vivas.
O jogo foi o máximo! O time de Romildo não conseguiu vencer, mas pediu uma revanche, marcada para a próxima semana.
Em casa, o menino pediu permissão à sua mãe para mudar de escola, disse que isso lhe bastava como presente de aniversário. Sua mãe, entendendo do que se tratava, respondeu-lhe com um sorriso desconcertado. E foi chorar, longe das vistas do filho.
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Quando a educação faz a diferença
(ARTIGO)

Em se tratando de desigualdade social, o Brasil é comparado até mesmo aos países mais pobres da África. Um grave sintoma desse fenômeno social é revelado pela disparidade na qualidade da educação, se comparados o ensino público e o privado.
Sabe-se perfeitamente que as condições físicas, institucionais e até curriculares das escolas públicas são lastimáveis. Se o ensino oferecido pelo estado não propicia nem mesmo a aprovação em vestibulares, também torna-se duvidosa a sua competência em proporcionar consciência política e social aos estudantes, a fim de torná-los cidadãos.
O mesmo não ocorre em colégios cuja administração é privada. Atualmente, paga-se caro para freqüentar uma instituição de ensino particular, contudo o aluno usufrui de uma estrutura que o ampara em suas necessidades, no que se refere ao aprendizado.
O que geralmente não se leva em consideração é que muitos professores do ensino público lecionam com louvor em instituições privadas. Certamente, porque gozam de uma remuneração mais condizente à sua função, de melhor infra-estrutura e do interesse por parte da maioria do alunado. Obviamente, também por causa do maior rigor por parte da administração do estabelecimento, que exige excelência em suas atividades.
A defasagem do sistema público de educação, por falta de investimento, é gritante. Caso não se crie a consciência – do governo e da população – de que a formação escolar de um indivíduo pode levá-lo à ascensão social, o país não apresentará crescimento satisfatório e não haverá possibilidades reais de erradicação da grave discrepância na distribuição de renda.

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